terça-feira, 6 de março de 2012

A torpe história de amor entre Etéreo Galvão e Madame Soraia

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Desembargador Etéreo Galvão
A 2° turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou ontem que Etéreo Galvão volte a exercer seu cargo de desembargador do TJ-PE.
Vocês lembram a história de Etéro Galvão? É ele mesmo, o desembargador que foi acusado de cometer uma série de crimes, entre os quais, aborto sem consentimento da gestante, ameaça de morte, seqüestro e cárcere privado, subtração de menor, falsidade ideológica, uso de documentação falsa, denunciação caluniosa e coação no curso do processo.
A médica anestesiologista, Maria Soraia Elias Pereira, era a amante do desembargador Etéreo. Como efeito desse amor intenso, teria sido gerada uma criança que habitava o útero da anestesista, aguardando seu momento de advir ao mundo. Mas, a notícia de sua presença na Terra não parece ter sido muito bem recebida pelo magistrado.
O desembargador, então, a par da novidade infame, teria levado a sua digníssima amante a algumas clínicas, sugerindo-lhe que abortasse a criança. Mas, a médica, ao que consta dos relatos dessa história, estava resistente à idéia do aborto. Uma criança tão inocente, resultante de uma paixão intensa de Maria Soraia por seu amado Etéreo… Não, Madame Soraia definitivamente não estava disposta a abdicar dessa criança.
Mas, em Abril de 1999, dois meses depois de anunciar a seu amante o fruto gerado nesse amor, o desembargador teria se visto desesperado pela assombrosa vinda de uma criança bastarda ao mundo. Seria um acontecimento muito torpe, que afetaria, sem dúvidas, a carreira e a vida social de Etéreo. Não, definitivamente não estava disposto a ter esse filho.
Neste mês de Abril, então, Etéreo teria tomado uma firme decisão: havia que, de algum modo, evitar a evolução da gestação do filho infame. Foi aí que o magistrado teria tentado provocar o aborto sem o consentimento da mãe, Madame Soraia. Etéreo, segundo consta nos relatos, teria, supostamente, articulado então um maquiavélico plano, dissolvendo comprimidos abortivos em suco de laranja, que ofereceu gentilmente à sua amante…
Enquanto isso, a cidade gestava em seu útero urbano, a idéia de erguer um imenso monumento fálico, esculpido com esmero por Francisco Brennand. Quente e aparentemente calma, Recife gestava em suas entranhas eleitorais um episódio que ficaria marcado na memória da cidade: o candidato à prefeitura, Roberto Magalhães, invadiria em breve a sede de um grande jornal ameaçando com arma de fogo o colunista Orismar Rodrigues.
(clique aqui para ver post sobre o caso)
Tomando seu suco de laranja calmamente, Madame Soraia sorria para seu gentil amante, que sorria friamente para ela. Mas, a suposta tentativa de Etéreo fracassou por mais de uma vez. Madame Soraia era uma mulher forte, decidida. No entanto, seu amante não iria desistir de seu plano atroz.
Etéreo teria arregimentado alguns elementos coadjuvantes para executar seu plano. Juntos, esses homens teriam levado Madame Soraia para passear em um sítio afastado da cidade… Foi então que o magistrado a teria dopado, deixando-a desacordada, e fornecendo as condições ideais para que sua cúmplice, Dra. Mirlene de Oliveira, realizasse um aborto sem que Madame Soraia tivesse consciência do ocorrido.
Passado seus lancinantes momentos de torpor, Madame Soraia e Etéreo teriam continuado como amantes. Meses depois, nova notícia para Etéreo: Madame Soraia estava grávida novamente. Foi então que o desembargador teria ficado possesso de repulsa pela sua amante. Em janeiro de 2000, teria supostamente espancado Madame Soraia, que denunciara o amante Etéreo para o Ministério Público em Pernambuco.
Tomado de ódio, Etéreo teria iniciado uma sagaz perseguição à sua amante Madama Soraia. Ela, então, decidiu abandonar seu emprego e a cidade, mudando-se para Manaus.
Meses depois, em junho, Madame Soraia retornou ao Recife para prestar depoimentos a Polícia Federal. Segundo Soraia, na saída do hotel no qual se hospedara, foi seqüestrada e levada para uma casa de praia, mantida em cárcere privado por dias e dias, até dar à luz a uma menina. Para garantir que Maria Soraia não fugisse, os seqüestradores teriam tomado para si a guarda da criança. Madame Soraia, habilmente, conseguiu efetivar um plano de fuga.
Foi então que o Ministério Público Federal denunciou, além de Etéreo e da médica Mirlene de Oliveira, o advogado e à época juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, Mário Gil Rodrigues Neto; o funcionário público Samuel Alves dos Santos Neto, o empresário Túlio Linhares, o advogado Eliah Duarte e o casal de médicos Joselma e Flávio Paes.
A denúncia foi efetivada contra o desembargador pelos crimes de aborto, tentado e consumado, roubo, seqüestro e cárcere privado, subtração de incapaz, falsidade ideológica, uso de documento falso, falso testemunho, corrupção de testemunha, denunciação caluniosa, falsidade de atestado médico. Contra Mário Gil foi recebida por tentativa de aborto, aborto, seqüestro e cárcere privado, subtração de incapaz, falsidade ideológica, uso de documento falso, falso testemunho, corrupção de testemunha, denunciação caluniosa, falsidade de atestado médico. Já a denúncia contra Samuel foi por aborto e roubo; a de Mirlene, por tentativa de aborto e aborto; a de Túlio, por aborto, seqüestro e cárcere privado, subtração de incapaz, falsidade ideológica, uso de documento falso, falso testemunho, corrupção de testemunha, denunciação caluniosa e falsidade de atestado médico; e a de Eliah, por seqüestro e cárcere privado, subtração de incapaz, falsidade ideológica, uso de documento falso e denunciação caluniosa. O casal de médicos foi denunciado por falso testemunho e falsidade de atestado médico.
Além do afastamento de Etéreo Galvão do cargo de desembargador do Tribunal de Justiça pernambucano, a Corte Especial decretou a prisão preventiva da médica Mirlene de Oliveira.
Em maio de 2004, Etéreo recorreu ao STF, impetrando um habeas corpus que teve como relatora a presidenta daquela corte à época, a ministra Ellen Gracie. A máscara de Madame Soraia começava a cair… “Está se comprovando, cada vez mais, que a senhora Maria Soraia Elias Pereira é a grande responsável por toda essa inverdade que surgiu”, avaliou Mário Gil Rodrigues.
Manaus, cidade para onde Madame Soraia se mudou, foi palco de mais uma torpe articulação de Soraia, que foi aos poucos sendo desmascarada, para surpresa dos que acompanhavam a história. Madame Soraia, aparecera grávida novamente. Desta vez, do então candidato Serafim Corrêa. Soraia acusava seu novo parceiro de patrocinar uma tentativa de aborto.
Mas, desta vez a história durou menos de 1 dia. A imprensa desvelou, para surpresa geral, que Madame Soraia já havia vivido o mesmo enredo em Recife.
Maria foi desmascarada e, de acordo com seu ex-amante, Etéreo, ela seria uma mulher de frágil saúde, que não podia engravidar.

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